A organização descreve a StageTwo como “a primeira competição pan-europeia para as melhores startups de universidades” do continente. O evento teve lugar no passado dia 29 de outubro e contou com a participação de duas equipas da Universidade do Porto: Nanopyl e i-r3 therapies. Ambas foram selecionadas para semifinal e a NanoPyl chegou, inclusivamente, a participar na disputada final com 7 outras startups europeias (na foto, à direita).
Estes dois projetos participaram na última edição do Business Ignition Programme (BIP) e foi a partir daí que surgiu a oportunidade de viajar até à Alemanha para a StageTwo. Ambos atuam na área da saúde e ambos foram premiados no BIP: NanoPyl - uma solução que pretende responder à necessidade urgente de tratamentos alternativos antibióticos para a infeção gástrica provocada pela bactéria Helicobacter pylori - ficou em primeiro lugar nesta iniciativa da U.Porto Inovação, e i-r3 therapies - uma abordagem inovadora para a regeneração dos tecidos orais e maxilo-faciais – ficou em segundo.
De referir ainda que a NanoPyl foi também selecionada na última edição do BIP Proof – também iniciativa da U.Porto Inovação - , tendo recebido um financiamento de 10 mil euros para fazer crescer o negócio.
Uma experiência enriquecedora
Apesar de, desta vez, a taça não ter vindo para a U.Porto, as equipas foram à StageTwo com a intenção de aprender, ter novas experiências e defender as cores da Universidade do Porto no panorama universitário europeu no que toca a inovação tecnológica. A participação no concurso permitiu-lhes trazer na bagagem contactos com empresas industriais e capitais de risco: "Estou grato pela experiência, vim de lá com mais ideias do que quando cheguei ao programa, e isso valeu-me a participação. No futuro, ambiciono implementar novos contextos inovadores, nas mais diversas perspetivas do empreendedorismo na saúde e investigação humana.", refere Rodrigo Vald'Oleiros Silva, da i-r3 therapies.
Paula Parreira, em representação da NanoPyl, é da mesma opinião e a equipa ficou muito satisfeita por ter chegado à final: “Termos sido selecionados de entre as mais de 60 startups europeias foi, sem dúvida, uma grande vitória”, refere, naquela que considera uma experiência gratificante e enriquecedora.
No entanto, ambos os cientistas tecem algumas críticas ao programa, nomeadamente no que diz respeito à avaliação: “Pensamos que o evento pecou pela falta de presença de um júri com conhecimento na área da saúde, sendo muito vocacionado para tecnologias como apps ou software”, refere Paula Parreira. Já Rodrigo Vald'Oleiros Silva lamenta ter ficado com a ideia de que o investimento em ideias verdadeiramente novas usando o processo de capital de risco tradicional é, francamente, pobre”, diz. Apesar disso, o balanço que o investigador faz é positivo, revelando que mesmo o facto de não terem ganho será frutífero para refletir no que pode melhorar e não fechar horizontes.
A equipa da NanoPyl também já está com os olhos postos no futuro, sendo um dos próximos passos a criação da empresa: “Além disso, vamos continuar a apostar na transferência de tecnologia, quer participando em eventos quer concorrendo a calls que nos permitam obter apoio financeiro para o caminho que ainda temos pela frente”. A NanoPyl está, por isso, aberta a parcerias e/ou investidores que partilhem “da vontade de alavancar o projeto, transformando-o num produto real no mercado”, conclui Paula Parreira.
A participação da U.Porto na competição contou com o apoio do SPIN UP, um projeto cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Programa de Cooperação Transfronteiriça INTERREG V A Espanha-Portugal 2014-2020 (POCTEP). O SPIN UP pretende aumentar a transferência de tecnologia para o mercado nas regiões do Norte de Portugal e Espanha.