A Smartex, empresa spin-off da Universidade do Porto e incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, fechou recentemente um acordo com o grupo Impetus, uma das empresas líderes mundiais no setor têxtil. A multinacional, que conta com quase meio século de experiência na área e que tem vindo a investir em máquinas e tecnologia mais eficientes e sustentáveis, adquiriu a tecnologia de inteligência artificial e visão computacional da Smartex.
Gilberto Loureiro, CEO da spin-off que nasceu na Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP), refere-se a esta parceria como um interesse mútuo de alcançar uma indústria têxtil mais sustentável. “São já várias as empresas do setor focadas em procurar soluções que possibilitem não só um processo de produção mais competente, mas também com uma pegada ecologicamente mais sustentável”, refere.
Com estas parcerias, a Smartex pretende então ajudar os seus clientes a alcançar os seus objetivos, tornando as suas fábricas mais eficientes e contribuindo, assim, para “a transparência e sustentabilidade da cadeia de produção têxtil”, acrescenta o CEO.
A tecnologia desenvolvida pela empresa incubada na UPTEC é capaz de detetar defeitos logo no início do processo de produção têxtil. Recorrendo a sistemas de visão computacional e inteligência artificial, a solução da Smartex alerta os trabalhadores em caso de falha. Quando esta é cíclica, a produção é interrompida. Esta é, pois, uma solução capaz de poupar milhões à indústria têxtil: “A solução reduz os defeitos de produção para perto de 0%, diminui o desperdício e a produção têxtil defeituosa” refere Gilberto Loureiro.
A spin-off U.Porto, nascida em 2018, está em claro momento de crescimento e expansão, e a procura pelo seu sistema inteligente tem vindo a aumentar: “Podemos afirmar que, todos os meses, temos fechado acordos com novos clientes”, realça o CEO.
Os esforços da equipa – que tem vindo a aumentar – focam-se em dar aos clientes ferramentas que os ajudem a construir unidades de produção “com 0% de resíduos defeituosos, o que passa por tornar todas as fábricas de tricotagem cada vez mais automatizadas”. A longo prazo isso irá traduzir-se numa cadeia de abastecimento mais inteligente, mas também na proteção do meio ambiente de resíduos desnecessários, além da redução de custo e complexidade para os produtores mundiais da indústria têxtil.
“Atualmente, e em apenas três anos, a Smartex já está a operar em várias fábricas na Europa, e a perspetiva a curto-médio prazo é expandir a solução para fora do continente nos próximos anos. Além disso, gostaríamos também de tornar o nosso sistema capaz de detetar defeitos noutras indústrias, como o caso do papel e do metal”, conclui Gilberto Loureiro.