Nesta edição da rubrica "À conversa com as empresas" fomos conversar com Hugo Maia, Diretor de Inovação da Glintt. Na sua opinião, é fundamental "ter os parceiros certos para enfrentar novos desafios", tendo a Glintt já encontrado "estes parceiros junto da Universidade do Porto.
P: Qual a importância da relação da Glintt com o meio cientifico e tecnológico?
R: A Glintt é uma empresa de criação de tecnologia com um foco na área da Saúde. Os mercados em que atuamos, tecnologia e saúde, têm características específicas que os tornam muito exigentes. Por um lado, a rápida obsolescência a que a tecnologia está sujeita, por outro a elevada sensibilidade do conhecimento que adquirimos sobre a saúde humana.
Estas características são os motivadores principais para que a Glintt dedique uma parte significativa do seu budget à Inovação, nomeadamente em colaboração com outras instituições. Neste âmbito, o nosso relacionamento com o meio científico e tecnológico é claramente um acelerador e uma variável diferencial para os produtos que gerimos e desenvolvemos todos os dias na Glintt. Acima de tudo, temos que garantir que estamos a colocar nas mãos dos profissionais de saúde ferramentas com a tecnologia mais atual, que são úteis e produzem resultados cada vez mais eficientes.
P: Como é que Glintt tem vindo a interagir com a U.Porto?
R: Nos últimos anos temos tido várias interações com a Universidade do Porto. Temos encontrado pessoas de diferentes áreas de atividade, desde alunos, a professores e investigadores, que contam connosco para tornar realidade vários projetos. Para nós isso é motivo de orgulho e dá-nos uma capacidade de estarmos sempre na linha da frente no que respeita as diferentes temáticas em que nos envolvemos.
Destas interações destaco o acompanhamento de alunos no desenvolvimento das suas teses ou o acolhimento de alunos para realização de estágios curriculares. Desta parceria têm surgido diferentes propostas de novas tecnologias que são testadas e implementadas no âmbito dessas teses.
Mais recentemente participámos em conjunto na submissão a um a CoLab – o Innov4Life CoLab. A visão estratégica deste CoLab passa por apostar na promoção da saúde e bem-estar de todos os cidadãos, através da aceleração do desenvolvimento e adoção das soluções digitais de saúde mais apropriadas.
Por último destacaria ainda o desenvolvimento das ideias submetidas no Programa 365 da Glintt Inov . Por exemplo uma das ideias foi submetida por um ex-aluno da Universidade do Porto (Porto Business School), que atualmente é colaborador da Glintt.
P: Quais os principais desafios que os dois agentes têm pela frente?
R: O principal desafio que os dois agentes têm pela frente é o desenvolvimento da sua capacidade de continua adaptação aos tempos atuais. O fator mais importante para sobreviver na sociedade moderna é “não dar nada como adquirido”. Tomemos como exemplo a pandemia mundial provocada pelo Covid19, pois tenho a certeza que no final de 2019, quando se projetava o próximo ano, ninguém teve em consideração este fator no seu exercício de gestão anual. Assim, saber contar com a imprevisibilidade e desenvolver a capacidade de adaptação à sociedade é fundamental para garantir que continuamos relevantes no nosso mercado e que continuamos a acrescentar valor nos produtos e serviços que criamos – aquilo a que chamo criar “valor relevante”. Hoje mais do que nunca não chega acrescentar valor, mas sim acrescentar algo que é de facto relevante e adotado pela maioria.
No final estes são os atributos que nos tornam competitivos, quer seja na área da tecnologia, quer seja na área do ensino/investigação. Ter os parceiros certos para enfrentar os novos desafios será metade do trabalho. Acredito que a Glintt já terá encontrado estes parceiros certos junto da Universidade do Porto.