Seja qual for a rede – 3G, 4G, 5G ou Wi-fi – o objetivo da Codavel é um: tornar as apps mais rápidas. E foi com esse propósito que esta spin-off da Universidade do Porto conquistou um lugar entre as empresas escolhidas pelo fundo de transferência de tecnologia de 60 milhões de euros que a Armilar Venture Partners anunciou em fevereiro de 2019.
A fatia garantida pela startup portuense é de 1,3 milhões de euros e será aplicada na contratação de mais colaboradores e também na expansão para os mercados asiático e norte-americano.
“Não temos por hábito celebrar rondas de financiamento como ‘vitórias finais’ mas esta é uma verdadeira oportunidade para concretizarmos a nossa missão: ajudar as apps a providenciar uma experiência fora de série aos seus utilizadores, quer eles estejam conectados através de WiFi ou de uma rede 3G, que é por norma mais lenta”, refere Rui Costa, CEO da Codavel.
Solução capaz de reduzir até 80% o tempo de carregamento das aplicações
A empresa, fundada com base em tecnologia da Universidade do Porto e do MIT, desenvolveu uma solução que promete ajudar qualquer empresa a melhorar significativamente a experiência dos seus utilizadores móveis. E porquê esta missão? Rui Costa explica: “A capacidade de resposta de uma app é fundamental para uma boa experiência de utilizador. Se demorar mais de três segundos a disponibilizar o conteúdo procurado, 72% dos utilizadores tendem a abandonar a aplicação”. É por isso que, atualmente, as empresas despendem tanto tempo e esforço na experiência do utilizador.
Mas, como explica Rui Costa, isso não é suficiente: “Mesmo que construamos a app perfeita, a experiência final do utilizador está sempre dependente da cobertura de rede. É completamente diferente usarmos uma app na ligação WiFi, em casa, ou através do 4G numa multidão, por exemplo. Portanto, a conversão, retenção e até a receita gerada pelas apps são tudo métricas que dependem que algo que as empresas não controlam: as redes sem fios”.
Com tudo isso em mente, a Codavel criou um software (SDK) que é capaz de reduzir entre 20% e 80% o tempo que as aplicações demoram a carregar conteúdo como imagens ou vídeos, tornando as mais robustas à inerente instabilidade das redes wireless e de factores como a localização do utilizador.
“O nosso software consegue fazer isto através do Bolina, um protocolo de comunicação revolucionário e desenhado especialmente para fazer face à instabilidade das redes wireless”, refere Rui Costa.
Com o Codavel SDK, a experiência do utilizador da app é semelhante em qualquer conexão de rede utilizada e, ao mesmo tempo, a inovação ainda permite a redução de infraestrutura necessária e, consequentemente, uma redução nos custos de gestão: “Tudo o que as empresas têm de fazer é ‘arrastar e soltar’ o SDK na app”, explica o CEO.
"Uma equipa talentosa e madura"
O caráter inovador da solução chamou a atenção do fundo de transferência de tecnologia da Armilar, no qual também participaram a Portugal Ventures (o operador de capital de risco público nacional) e a Ideias Glaciares (business angels). Rui Costa afirma que a empresa se encontra num fase de maturidade em que o apoio deste tipo de parceiros é fundamental para levar o Bolina SDK “da fase beta, em que se encontra atualmente, até ao ponto em que será a tecnologia de referência para melhorar a experiência do utilizador”, diz.
Para José Guerreiro de Sousa, da Armilar Portugal Ventures, “a Codavel enquadra-se perfeitamente neste fundo de investimento pois surgiu na sequência de trabalhos de doutoramento na U.Porto e no MIT e tem direitos exclusivos de propriedade intelectual muito relevantes para a execução da sua estratégia”. Além disso, acrescenta, “é composta por uma equipa talentosa e madura”.
A Codavel é uma startup portuguesa com residência na Founders Founders e base operacional nos Estados Unidos. Foi uma das primeiras empresas a receber o selo spin-off U.Porto. Neste momento estão à procura de novos developers para integrar a equipa e Rui Costa deixa o mote: “If you happen to be such a crazy developer, do reach out!”