Nesta edição da rubrica "À conversa com as empresas" fomos conversar com Eduardo Soares, Diretor de Inovação da Amorim Cork Composites. "É fundamental percebermos qual o papel e a missão que cada instituição desempenha e o que isso obriga na gestão correta e eficiente do papel de cada uma na sociedade.", referiu o diretor.
P: Qual a importância da relação da Amorim com o meio científico e tecnológico?
R: A estratégia de inovação e desenvolvimento de produto da Amorim Cork Composites é muito focada na criação de valor sustentável e diferenciador, pela natureza da sua matéria-prima, a cortiça. Acreditamos que as características únicas deste material são fonte inesgotável de curiosidade e investigação. Por isso, no centro da nossa atividade estão as parcerias com o meio cientifico e tecnológico, numa lógica de inovação aberta e procura de conhecimentos em vários departamentos. Desde a química, a tecnologia de materiais, a biologia ou a mecânica, procuramos sinergias que complementem o nosso portefólio e que connosco gerem valor acrescentado na resposta a cada desafio.
P: Como é que a Amorim tem vindo a interagir com a Universidade do Porto?
R: Os projetos de I&D, os estágios, feiras de emprego ou pós-graduações são as formas mais habituais de interação. A proximidade ao meio académico é relevada e valorizada na nossa organização. Não só numa lógica de investigação e colaboração, mas também na atração de recursos humanos qualificados para a nossa atividade. Estamos sempre disponíveis para receber novas propostas de interação que permitam agilizar e potenciar os melhores resultados para todas as partes envolvidas.
P: Quais os principais desafios que dois agentes têm pela frente, no que toca à inovação nacional?
R: É fundamental percebermos qual o papel e a missão que cada instituição desempenha e o que isso obriga na gestão correta e eficiente do papel de cada uma na sociedade. Se o papel da Amorim Cork Composites se centra na valorização da cortiça e criação sustentável de valor para os seus acionistas, o papel da Universidade do Porto será sempre o de formar recursos, desenvolver investigação, valorizar e reforçar o seu posicionamento no meio académico e capturar investimento público ou privado.
O desafio, de um modo geral, é termos cada vez mais pessoas de ambos os interlocutores com experiências mistas, de forma a melhorar entendimentos mútuos e facilitar a comunicação.
É também essencial que a Amorim Cork Composites seja capaz de transmitir à Universidade do Porto alguns dos seus desafios tecnológicos e que estes sejam acolhidos e trabalhados na Universidade do Porto. Isto exige reforçar o espírito de inovação aberta e partilha de conhecimento por ambas as partes.