A tecnologia Rheinforce, desenvolvida pelos investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Francisco Galindo Rosales e Laura Campo Deaño, conquistou recentemente o Prémio de Inovação na ‘AuxDefense 2018’, a primeira e mais importante conferência internacional de materiais avançados para a defesa.
O Rheinforce é um compósito que permite modificar as propriedades amortecedoras de diferentes materiais, como a cortiça, o silicone ou a borracha, ajudando assim a diminuir o impacto e o efeito nefasto dos mesmos. Falando mais diretamente do contexto da AuxDefense, pense-dr, por exemplo, em capacetes, que são objetos muitas vezes sujeitos a impactos fortes. Ao utilizar o fluido Rheinforce e incorporando-o numa rede de canais muito pequenos, impressos a laser na cortiça (fotografia à esquerda), e colocando depois dentro do capacete, é possível customizar as propriedades mecânicas do material. Ou seja, consegue-se uma diminuição do impacto e garantem-se “propriedades amortecedoras personalizadas e otimizadas para cada situação em questão”, explica Francisco Rosales.
A chave da tecnologia está na combinação do comportamento mecânico do material sólido e do fluido e da rede de microcanais que o confina. O compósito também pode ser usado em caneleiras de jogadores de futebol ou pranchas de surf, e até ser usado em situações de vibração ou de ruído excessivo.
Para os investigadores este “reconhecimento por parte da comunidade científica do potencial desta tecnologia” é muito importante. Além disso, consideram que o reconhecimento nos Innovation Prizes da conferência lhes deu visibilidade “tanto dentro do universo académico como fora dele”.
A conferência AuxDefense 2018 decorreu entre 3 e 4 de setembro, na Universidade do Minho.